A queda dos impérios e a ascensão do Benediction com “Ravage of Empires”
- Maicon Leite
- 25 de abr.
- 3 min de leitura

Quem acompanhou o Death Metal na década de 1990 certamente tem o “Benê” entre suas bandas favoritas e o álbum “Transcend the Rubicon” (1993) em destaque na sua coleção. Vindos de Birmingham, Inglaterra, ou seja, conterrâneos de baluartes como Black Sabbath e Napalm Death, pais do Heavy Metal e Grindcore, respectivamente, o grupo liderado pelo vocalista Dave Ingram, assim como outras bandas de sua geração, passou por altos e baixos em sua carreira.
Após um hiato de 12 anos sem entrar em estúdio e com a volta de Ingram ao seu posto, lançaram “Scriptures” em 2020, logo no início da pandemia, e desde então não tiveram descanso, voltando aos palcos logo que possível – tocando em festivais como Summer Breeze, Party.San e Obscene Extreme - e trabalhando neste “Ravage of Empires”, que coroa a boa fase pela qual o grupo vem passando.
Entregando 100% de jogo, o Benediction, com Dave Ingram ao lado dos velhos companheiros Darren Brookes e Peter Rewinsky (guitarras) e dos “novatos” Nik Sampson (baixo – desde 2023) e Giovanni Durst (bateria – desde 2019), vem ganhando destaque com o álbum. O site Dead Rhetoric elogiou os riffs cortantes e os vocais, destacando a faixa-título como um dos pontos altos do álbum, enquanto a New Noise Magazine ressaltou a facilidade de audição do álbum, mencionando que, apesar de pesado, é envolvente e bem estruturado. A revista GRIMM Gent apontou que as músicas são esmagadoras e sinistras, com um tom de guitarra massivo e incrivelmente pesado. Ou seja, tudo o que os fãs esperam de um álbum da banda.
A produção, novamente a cargo de Scott Atkins, segue o padrão de “Scriptures”, pesada e coesa, lembrando a sonoridade de “Transcend the Rubicon”. Aliás, se tivesse sido lançado em 1995, poderíamos considerar “Ravage of Empires” uma sequência direta deste clássico. Dentre os destaques estão “Engines of War”, lançada em formato de single e vídeo clipe, remetendo à década de 1990, a abertura com A “Carrion Harvest”, "Crawling Over Corpses", “Genesis Chamber” e “In the Dread of the Night”.
O conceito do disco segue o padrão apocalíptico do Benediction. A letra da faixa-título é um bom exemplo deste conceito, abordando a queda de impérios e a ascensão do caos, com muita destruição, loucura e entropia em cada verso urrado por Ingram. A letra menciona a luta interna contra a loucura e o controle, dando a entender que os impérios falham mentalmente e espiritualmente, funcionando com uma reflexão sobre o fim das civilizações e a necessidade de reinvenção, com um tom apocalíptico e simbólico.
Individualmente, todos os membros se destacam de alguma forma. A dupla Darren Brookes e Peter Rewinsky, únicos membros originais, seguem firmes na arte de criar riffs cortantes e sobretudo marcantes, enquanto a “cozinha” de Nik Sampson e Giovanni Durst captou a essência da sonoridade do grupo com sobras. Ingram, com quase 60 anos de idade, se mantém como um dos vocalistas mais originais do estilo, com seu vocal urrado inimitável.
No mais, “Ravage of Empires”, lançado pela Nuclear Blast Records/Shinigami Records, é uma ótima pedida para quem curte Death Metal “raiz”, com peso, muitos riffs e a solidez que consolida o Benediction um dos maiores nomes do Death Metal mundial.
Confira o álbum do Spotify:
Tracklist do álbum:
1. A Carrion Harvest
2. Beyond the Veil (of the Grey Mare)
3. Genesis Chamber
4. Deviant Spine
5. Engines of War
6. The Finality of Perpetuation
7. Crawling over Corpses
8. In the Dread of the Night
9. Drought of Mercy
10. Psychosister
11. Ravage of Empires
Assista ao vídeo de “Engines of War”: