Body Count eleva nível de agressividade e surpreende com cover de Pink Floyd em “Merciless”
- Maicon Leite
- 25 de abr.
- 2 min de leitura

Lançado em novembro do ano passado e agora disponível no Brasil pela Shinigami Records, “Merciless” dá continuidade à fase mais estável e produtiva do Body Count desde sua retomada com “Manslaughter” (2014). Com “Bloodlust” (2017) e “Carnivore” (2020), a banda provou que ainda tinha voz e relevância em um cenário que, por vezes, parece esquecer quem abriu caminhos. Agora, com “Merciless”, o grupo liderado por Ice-T segue firme, mas não sem tropeços.
Da formação original, restam apenas Ice-T e o guitarrista Ernie C — o que já diz muito sobre a longevidade e também sobre os desafios de manter uma banda viva por mais de três décadas. A química entre os dois é inegável, entregando uma potência criativa baseada no peso e agressividade dos discos anteriores. Aliás, a cada lançamento, a banda parece imprimir uma dose maior destes elementos.
A proposta de “Merciless” é clara desde o título: ser direto, brutal e sem concessões. E de fato, o disco entrega riffs cortantes, letras ácidas e participações de peso, como Howard Jones (ex-Killswitch Engage), George "Corpsegrinder" Fisher (Cannibal Corpse), Max Cavalera e Joe Badolato (Fit For An Autopsy). Aliás, em “Drug Lords”, nosso Max Cavalera abre a música com “Se você ficar o monstro te pega...”, não deixando dúvida do que a música oferece aos ouvintes. Excelente!
Musicalmente, o Body Count continua combinando rap, groove e Thrash Metal com competência. Faixas como “The Purge” (insana, com “Corpsegrinder” dividindo os vocais com Ice T) e “Psychopath” funcionam muito bem, A regravação de “Comfortably Numb”, um verdadeiro clássico do Pink Floyd, é ousada, trazendo uma participação especial mais do que inesperada, do próprio David Gilmour.
Confira “Comfortably Numb”:
É importante reconhecer o mérito de manter uma banda como o Body Count relevante em um mercado cada vez mais volátil. Ice-T continua um frontman carismático, e suas letras seguem pautadas em críticas sociais, violência urbana e resistência — temas que sempre fizeram parte da identidade do grupo. A produção, assinada por Vincent Dennis e Will Putney, é crua na medida certa — soa moderna, mas sem perder a sujeira e a honestidade que fizeram a banda se destacar lá no início dos anos 90.
Track list do álbum:
1. Interrogation Interlude
2. Merciless
3. The Purge
4. Psychopath
5. Fuck What You Heard
6. Live Forever
7. Do or Die
8. Comfortably Numb (Pink Floyd cover)
9. Lying Motherfucka
Drug Lords
World War
Mic Contract
Assista ao vídeo de “Merciless”: