top of page
  • Foto do escritorMaria Correia

Com Cast de peso, São Paulo Metal Fest garante sucesso em sua 1ª edição


Texto: Filipe Moriarty - @filipemoriarty

Fotos: Anderson Hildebrando - @andersonh_fotografia

Realização: IDL Entertainment - @idlentertainment

Press: Tedesco Comunicação & Mídia - @tedesco.com.midia


O São Paulo Metal Fest aconteceu no dia 14 de Abril e trouxe grandes nomes para o Carioca Club. O evento realizado numa sexta-feira foi a primeira edição do minifestival organizado pela IDL Entertainment. A produtora veterana trouxe dessa vez grandes nomes do Technical Death Metal, o Cynic e Beyond Creation, os monstros do Moonspell e a banda chilena Weight of Emptiness para uma memorável noite de muito peso e nostalgia. Para dar suporte a esses line up internacional foi convocado os brasileiros do New Democracy e o Hatefulmurder.

A primeira Banda da noite foi o New Democracy formada por Luiz Gustavo Lima (bateria), Mozart Santos (guitarra), Rafael Lourenço (guitarra e vocal), Pedro Henrique Abreu (baixo) e Vinicius Borges (teclados). Os mineiros trouxeram ao festival seu Death Metal vezes brutal vezes melódicos.


Com pontualidade quase britânica e, com um público ainda mínimo, a banda conduziu o show como se tivesse com o Carioca lotado. O repertório do New Democracy focou no seu recente trabalho, “The Plague” (2022), executando “Black Blood" ,"Blood On Nile" e “Creation of My Sin”.


A curtíssima apresentação deu direito inclusive a um Cover de Children of Bodom tocando a canção “Angels Don’t Kill” fazendo o pouco público presente ensaiar alguma agitação. O encerramento ficou por conta de "The Way We Die". Com o fim da apresentação, o grupo deixou os palcos e deu seu lugar para próxima banda da noite - o Hatefulmurder


Galeria de fotos New Democracy por Maycon Avelino - @mayconphantoms

Setlist New Democracy:

INTRO

BLACK BLOOD

BLOOD ON NILE

CREATION OF MY SIN

ANGELS DON’T KILL

THE WAY WE DIE


A banda carioca Hatefulmurder subiu alguns minutos depois do New Democracy e após sua tradicional intro, a vocalista Angelica Burns agitou todos com a faixa “Reborn”, faixa-título de seu último álbum de 2019.

A banda carioca também se deparou com um público ainda pequeno e se esforçou para agitar os presentes. Com seu Metalcore misturando elementos de Thrash e Death Metal, a banda seguiu seu repertório e, Angélica com todo seu carisma agitou e conquistou que seu pedido de wall of death formasse uma pequena roda. Na faixa “Red Eyes”, do disco de mesmo nome de 2017 a vocalista chamou o público para cantar junto e conseguiu arrancar murmurros de alguns fãs da plateia. O setlist terminou com “Creature of Sorrow”,também do álbum Red Eyes.


A vocalista agradeceu a cada pessoa presente - até o momento tinham cerca de 250. Mesmo com esse pequeno número a banda parecia agradecida pelo momento e pela oportunidade. A presença desse pouco número de espectadores estava preocupando a organização, mas nada que fosse revertido com a chegada dos chilenos do Weight of Emptiness.

Setlist Hatefulmurder:

REBORN

WORSHIPERS OF HATRED

SILENCE WILL FALL

RED EYES

MY BATTLE

PSYWAR

CREATURE OF SORROW


Quando os chilenos do Weight of Emptiness entraram no palco, parecia que finalmente o público estava assumindo seu posto. O grupo subiu ao palco ao som da “Mütrütum (The Calling)”, de seu mais recente trabalho, o “Withered Paradogma”, de 2023, seguida por “Defrosting”, que destruiu qualquer apatia do público e, os chilenos mostraram ali o seu potencial.

Formada por Mauricio Basso (bateria), Juan Acevedo (guitarra), Alejandro Bravo (guitarra), Alejandro Ruiz (vocal) e Mario Urra (baixo) e mesclando Death Metal, Doom e Melódicos, a banda aproveitou o curto tempo de palco para causar uma boa impressão aos espectadores. A terceira faixa, “Chucao”, foi a única música de “Conquering the Deep Cycle”(2019), e logo deu lugar a “Wolves”, do novo álbum.


Por ter um setlist mais curto para festival, com apenas 5 músicas o grupo optou por chamar a sequencia final, que continha “Weight of Emptiness” e “Unbreakable”, ambas do “Anfractuous Moments for Redemption”,o primeiro disco da banda.


Neste momento ja se via um grande número de espectadores presentes, e claro que foi algo memorável ver o Weight of Emptiness tocar seu som altamente proveitoso e cuidadoso. Sem sombra de duvidas conquistaram muitos novos fãs nesta noite.

Setlist Weight of Emptiness:

MÜTRÜMTUM (THE CALLING)

DEFROSTING

CHUCAO

WOLVES

WEIGHT OF EMPTINESS

UNBREAKABLE


Após alguns minutos da apresentação do Weight of Emptiness, foi a vez da banda Beyond Creation, monstros da nova geração do Technical Death Metal e, quando os canadenses subiram no palco, foi como se fosse os headliners da noite.


Seus complexos técnicos arranjos elevaram o nível do evento e, a tranquilidade com que Simon Girard (guitarra e vocal) e Kévin Chartré (guitarra) executavam os Riffs brutais e jasísticos de suas guitarras e Hugo Doyon-Karout (baixo) executava as linhas complexas de baixo se tornou hipnótico, enquanto Michel Belanger- baterista substituto de Phillippe Boucher era o coordenador dessa ópera de rítmica pesada e quebrada que claramente era uma aula, ou um preparativo dela. Afinal, o Cynic ainda não havia entrado nos palcos.

O repertório do Beyond Creation começou com "Fundamental Process" , do álbum Earthborn Evolution (2014), que logo de cara já devastou o público ali presente, com direito a uma centena de fãs cantando todas as canções. Então, "Earthborn Evolution" também do álbum de mesmo nome foi evocada - 'se você gosta de musica e de fazer música, o show desses caras é como colírio para os olhos...' durante todo show era impossível tirar os olhos da banda de tão belo e complexo são seus sons, cada segundo parece que estamos diante de um truque de ilusionismo.


Dado momento, Simon Girard chama "In Adversity" do álbum Algorythm de 2018. Foi neste momento que uma roda gigantesca se abriu e causou sorrisos sádicos dos músicos, além disso, outra canção do álbum Algorythm a ser executada foi "Ethereal Kingdom" que colocou o público no seu momento lisérgico e hipnótico.


O fim da apresentação se deu com o sinal de Simon, que anunciou os dois últimos sons, "Coexistence" e a última "Ominipresent Perception" do álbum The Aura (2011).


Com uma apresentação impecável o grupo deixa os palcos para dar seu lugar a próxima banda da noite - O lendário Cynic.

Setlist Beyond Creation:

FUNDAMENTAL PROCESS

EARTHBORN EVOLUTIVA

IN ADVERSITY

ETHEREAL KINGDOM

ALGORYTHM

COEXISTENCE

OMNIPRESENT PERCEPTION


Após 40 minutos de intervalo, o Cynic sobe aos palcos para comemorar os 30 anos de seu icônico disco “Focus”, reproduzindo na íntegra, este que é um dos pilares do Death Metal Técnico. A banda nunca tinha pisado no Brasil e para muitos foi como ressuscitar espíritos do passado.


O Cynic é conhecido por ter como fundador o guitarrista Paul Masvidal, que junto com o falecido baterista Sean Reinert tocaram no clássico “Human” da banda de Chuck Schuldner - o Death, em 1991. Todo conceito do Human está presente no Focus e vice e versa e, sim, tudo isso é graças a Paul e Sean, que incutiram na mente de Chuck o conceito do "Death Metal progressivo" com elementos de Jazz Fusion aliados a peso e brutalidade.


Desde a morte do baterista e também a do baixista, ambas em 2020, o Paul Masvidal segue tocando o Cynic sendo o único fundador presente.


Nesta noite, Masvidal convocou o baterista Matt Lynch, o baixista Brandon Griffin e o tecladista Ezekiel Kaplan, sem contar com a presença de Max Phelps, que atua como vocalista e guitarrista do tributo a Chuck Schuldiner - o Death to All.

A banda subiu pontualmente ao palco às 22h30 e logo de cara executou faixa a faixa o clássico álbum de 1993, o que deixou muitos surpresos e agitados. As faixas foram "Focus", "Veil of Maya" ,"Celestial Voyage", "The Eagle Nature", "Sentiment" - faixa essa dedicada aos dois integrantes falecidos, além de "I’m But a Wave to…", "Uroboric Forms, "Textures, "Textures" e "How Could I" que encerrou a primeira parte da apresentação. Logo no começo da apresentação foi possível observar um fã que subiu ao palco e ajoelhou-se para Paul, o que durou poucos segundos até a segurança tirá-lo dali.


Depois de uma pequena pausa com uma homenagem no telão aos companheiros da formação clássica da banda falecidos em 2020, “Kindly Bent to Free Us” foi executada, faixa pertence ao disco de mesmo nome de 2014. Além desta, foram executadas "Adam’s Murmur" do álbum de 2008 Traced In Air, "Aurora" do álbum mais recente, "Box Up My Bones" do Carbon-Based Anatomy de 2011 e "Evolutionary Sleeper" do já citado álbum Traced In Air.


A faixa que encerrou a apresentação foi "In a Multiverse Where Atoms Sing" de seu mais recente álbum, ”Ascension Codes”, de 2021. Após a execusão da mesma, foi possível ver a agitação para a saída dos integrantes do palco, mas o público não queria, afinal era a primeira vez que tínhamos tal experiência e cada minuto era contemplativo, tudo era maravilhosamente bem executado e pesado. Não há se quer um detalhe negativo na apresentação desses caras.

Setlist Cynic:

FOCUS

VEIL OF MAYA

CELESTIAL VOYAGE

THE EAGLE NATURE

SENTIMENT

I’M BUT A WAVE TO…

UROBORIC FORMS

TEXTURES

HOW COULD I


Segunda parte:

KINDLY BENT TO FREE US

ADAM’S MURMUR

AURORA

BOX UP MY BONES

EVOLUTIONARY SLEEPER

IN A MULTIVERSE WHERE ATOMS SING


Foram vinte minutos de atraso além do esperado, até que a a banda liderada pelo vocalista Fernando Ribeiro subisse pela oitava vez aos palcos, aqui na cidade de São Paulo. O Carioca Club, que comporta 1,2 mil pessoas, teve no máximo metade de sua capacidade preenchida. O motivo? - Uma incógnita, afinal um line up de tal gabarito era para ter pessoas chorando do lado de fora por perderem tal festival mas, nada que intimidasse esses gigantes que são o Moonspell.

O repertório celebrou os trinta anos de carreira do grupo e viajou por quase toda a sua discografia. O Moonspell exalava energia e o público precisava dela, pois se via pessoas exaustas e encostadas por todos os cantos, afinal, já passara da 00h30.


A boa escolha de músicas animadas deu esse pequeno "Up" ao público e a banda iniciou o set com “The Greater God”, seguida pela animada “Extinct”, do álbum de 2015 de mesmo nome. Então vieram “Opium” do Irreligious de 1997,“Finisterra”, “In and Above Man” e “From Lowering Skies”, faixas de abertura do disco The Antidote, de 2003.


Logo depois Fernando chama “Scorpion Flower”, e em “Nocturna”, faixa do álbum "Darkness and Hope", ele agita o público mais uma vez chamando a todos para levantar as mãos. Após isso, veio “Breathe (Until We Are No More)” outra música que também teve uma boa participação do público em seus trechos de refrão.


É impressionante a conduta enérgica e poderosa de Fernando Ribeiro nos palcos. Ele esbanja carisma e imponência e, graças a esse carisma Fernando anunciou Aires Pereira, como aniversariante da noite com direito a "Parabéns pra Você" do público. Aires, junto com Fernando interagiu com todos e esbanjava energia sobre humana. Após tais interações, Fernando chamou para execução “Em nome do Medo” e “Todos os Santos” do álbum “1755”, de 2017.


Fernando aproveitou o momento final para para comentar do tempo que foi "roubado" pela banda anterior, Cynic. O vocalista disse que o grupo de Paul Masvidal não tinha sido profissional e passou 20 minutos além do estipulado e foi enfático quanto a isso. Esse fato fez com que o grupo fosse forçado a retirar de seu repertório “Mephisto” e “Vampiria”, faixas presentes nos outros shows da turnê.


Fernando também se pôs a agradecer a presença das bandas e de todos os presentes e, após isso, Fernando com seu jeito objetivo e irônico aproveitou para provocar os membros da banda anterior - “enquanto portugas e brazucas se fodem, o gringo fica rico...”.


Assim, foram antecipadas as clássicas “Alma Mater” e “Full Moon Madness”, faixa soturna que sob coros e aplausos da plateia encerrou a primeira edição do festival por volta de uma e meia da manhã.

Setlist Moonspell:

THE GREATER GOOD

EXTINCT

OPIUM

FINISTERRA

IN AND ABOVE MEN

FROM LOWERING SKIES

BREATHE (UNTIL WE ARE NO MORE)

NOCTURNA

SCORPION FLOWER

EM NOME DO MEDO

TODOS OS SANTOS


Bis:

ALMA MATER

FULL MOON MADNESS


A apresentação do Moonspell com certeza vai entrar para história, por ser "o dia em que o Moonspell se irritou com o Cynic”. Mas no geral, o festival foi um sucesso em todos os sentidos e, acredito que o ponto mais sensível, foi o tempo do seu encerramento, o atraso de vinte minutos para a apresentação dos portugueses fez com que seu setlist ficasse apertado e o horário foi incentivo de muitos a deixarem o local, mas novamente fica a ressalva:


"Foi um festival repleto de excelentes apresentações e que nos fazem querer mais e mais, que já deixou todos ansiosos para uma segunda edição do São Paulo Metal Festival. Com certeza espero que venham muitos mais"!


bottom of page