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Andre Santos

TRIEB - Álbum “Deserto” explora elementos culturais que todo fã de Metal admira


Nacional

Rio de Janeiro

Influências: Progressivo/ Alternativo/ Épico/ Folk/ Doom / Heavy Metal

Álbum: Deserto/ 2017

É sempre muito satisfatório ter um trabalho de excelente qualidade em mãos, se não for um exagero da minha parte, mas quem tiver a oportunidade de vir a conhecer ou mesmo ouvir o trabalho de TRIEB, após o término desta matéria, terá a plena certeza que o contexto lírico da banda está presente dentro de um conjunto a ser considerado como uma obra prima do Metal Nacional. De fato, isso prova o quanto os músicos das vertentes do Metal têm a oferecer e apresentar ao público “Metalheads”, sem dever nada aos gringos.

Formada por G.Klausner em 2012, em Niterói/RJ, a banda iniciou suas atividades fazendo cover’s de Gothic Metal, mas logo a sonoridade de Trieb se expande com a entrada do guitarrista Tadeu Oliveira. Logo depois de um ano, entra mais dois membros para reforçar o time, sendo eles: H.Cordeiro e F.Mattos Gameleira, dando o pontapé inicial, no que resultou o primeiro registro em EP “May Dead Dreamers Become Living Nightmares”, voltado ao Metal moderno, e, mais um Single “In Stahlgewittem”, baseado na extrema direita da Europa, por tratar da Trégua do Natal de 1914. A letra foi composta a partir do fragmentos do livro homônimo do autor alemão Ernst Jünger.

Estes primeiros registros foram a entrada para o principal e primeiro álbum de estúdio da banda, o “Petardo, Deserto”, que apresenta seis composições, com um pouco mais de uma hora de duração, sim com seis músicas (como o deserto é vasto em amplitude) o Trieb, usa essa magnitude para dentro de suas canções que, aliás são muito bem cuidadas na parte de execução, e com todos os elementos possíveis presentes mencionados nas influências acima.

Estas mesmas influências sentimos na própria produção do disco, que conta com G.A.Klausner e Yuichi Inumaru, da Elenion Records. Já as masterizações foram realizadas no Studio Seven de Ronny Milianowicz (Amon Amarth, Kreator, Dragonforce, Angra e entre outros…). Já a bateria além de contar com o reforço de Rafael Marcolino, foi editada e mixada por Eduardo Belchior, na Intense Music Productions - Örebro, Suécia.

Na orquestração das faixas, temos a participação dos próprios músicos da banda, G.A.Klausner, T.Oliveira, com participação de Y.Inumaru, e a Valhalla Room Symphony Orchestra. Já na arte para a capa de o “Deserto”, temos a assinatura de Gustave Doré, editado por T. Oliveira (banda), e por Nathallia V. Leal, onde toda a representação se casa muito bem com os temas abordados pelo Trieb.

O disco trata de temas históricos e literários, como esse é um dos recursos do Metal, que nos atrai como fã. Esse elo entre a cultura “Pop” e a tradição clássica, temas explorados entre as conexões, entre o que é dito nas letras, e o que é sentido através da música e o que conhecemos, o disco abre de uma forma bem interessante, onde toda aquela orquestração citada no parágrafo acima é vivenciada pelo ouvinte na faixa de abertura “The Return Of King”, que te deixa atento e te desperta um enorme interesse no que surgirá em seguida. Eis que surge a faixa “The Ballad Of The White Horse”, uma composição emanada no tradicional Folk Metal, com aquele bom e gostoso elementos do gênero.

A terceira faixa “Queen In Yellow” começa de forma bem suave, mas logo os riffs pesados ganha os seus tímpanos, já que a mesma soa um pouco mais ríspida do que as anteriores, os vocais são um destaque a mais, contemplando o conjunto lírico, fora todo o trabalho baseado na rítmica que se destaca nas camadas da composição.

Na próxima canção sendo ela a quarta faixa “Sodom”, que se destaca pela elaboração entre o piano e as partes harmônicas das cordas, fora o belo vocal presente que acompanha a introdução, que logo os acordes mais rasgados surgem, típicos no Metal mais moderno. A mesma trás algumas camadas bem interessantes, mostrando o quanto a banda é flexível.

A próxima vem um pouco mais azeda, “She”, que é a grande cereja do pacote também. Para quem gosta do genuíno Doom Metal, essa irá atender o seu anseio de riffs ásperos e arrastado, até algumas pitadas de Thrash Metal é perceptível na condução da canção, com direito a belos urros encaixados.

Agora se preparem, pois chegamos no fechamento do disco, e, a faixa responsável é a “Devil Blows The Desert Winds”, com seus 26 minutos e pouco, sim isso mesmo, (olha que nunca fui muito fã de músicas longas), mas confesso, essa me pegou. O conjunto lírico aqui é uma obra prima. E tudo que foi mencionado nas influências da banda está presente no corpo da canção. São camadas e camadas de técnica, e, muita elaboração, na verdade são um pouco mais 26 minutos de muita competência. Ainda a banda tem a moral de puxar nosso Hino Nacional, acompanhado de uma narração, fechando esta longa e bela canção.

Considerações finais: Disco impecável e de extremo profissionalismo, conjunto lírico muito bem executado. Não há um defeito sequer no álbum, geralmente não tenho costume de dar nota em álbum, mas vou quebrar minha regra, nota 10 para todo o conjunto, harmonia, elaboração, música, arte. “Deserto” é indispensável para qualquer fã apreciador de Metal. PARABÉNS, Trieb.

Vinhemos aqui agradecer ao nosso parceiro e amigo Clinger Carlos, da Heavy Metal On Line, pela indicação da banda!!!

Tracklist:

1. The Return Of King

2. The Ballad Of The White

3. Queen In Yellow

4. Sodom

5. She

6. Devil Blows The Desert Winds

Trieb, formado por:

Guilherme Klausner – Vocals

Tadeu Oliveira - Guitar

Henrique Cordeiro - Guitar and keyboard

Fernando Mattos Gameleira – Bass

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